A Dark Wallet é um conjunto de ferramentas para armazenar, enviar e receber bitcoins que busca proteger e tornar anônimo o uso da criptomoeda. É uma reação contra aqueles que pretendem tirar o cripto das criptomoedas.
Se desejar testá-la, você pode ir até a página do Unsystem e navegar até o github. Lá está disponível o código fonte para download. Se estiver usando um sistema Windows, baixe o arquivo .zip. Se estiver no OSX, poderá escolher tanto o .zip como o tar.bz. Se estiver utilizando o Linux, você provavelmente precisará saber quais programas de arquivamento estão disponíveis no seu sistema e escolher o arquivo para baixar de acordo com eles. Assim que fizer o download, extraia a pasta para um local conhecido.
Para instalar a extensão ao seu Chrome Browser, vá em Configurações > Extensões, marque a opção Modo do desenvolvedor. Clique em “Carregar extensão expandida” e encontre a pasta que você acabou de extrair e aperte OK.
Você agora terá a Dark Wallet instalada no seu browser.
Ao abri-la pela primeira vez, você é recebido em uma interface limpa, simples e plana. A partir daí, você deve criar uma conta e pode escolher usar a Testnet se quiser. Como se trata aqui de um software alpha, essa é a melhor opção. A Testnet é uma arquitetura paralela usada para o teste e o desenvolvimento de softwares relacionados ao bitcoin. O sistema é desenhado de forma que as moedas dentro dele não tenham valor.
Quando sua conta for criada, você será levado à sua carteira. A partir de lá, você poderá gerenciar e criar “bolsos” (“pockets”), que são endereços adinistráveis dentro da carteira, e verificar seu histórico de transações. Há uma ferramenta de fundos chamada Multisig, que permite a criação de uma carteira que precise ser assinada por várias chaves para começar uma transação. Isso pode ser especialmente útil para empresas e organizações em que a pessoa que administra os bitcoins é seu dono e, devido à irreversibilidade das transações, é necessário algum tipo de transparência.
Na seção de envios estão localizadas as ferramentas básicas para enviar bitcoins para outros endereços, com opções avançadas como “CoinJoin”, que serve para misturar as transações de diferentes usuários, tornando-as difíceis de rastrear através do blockchain. A natureza pública das transações de bitcoin significa que há um risco de a anonimidade ser comprometida se uma parte má intencionada for dedicada o bastante.
Há também uma opção de depósito de fiação (“escrow”), que ainda não está ativa. Presumivelmente, isso permitirá que as transações sejam feitas em um endereço por um árbitro independente e, se houver alguma disputa entre as partes, o árbitro terá a palavra final na direção da transação. Se implementada corretamente, essa ferramenta poderá ser o antídoto descentralizante às ferramentas monolíticas como o Paypal e os bancos no papel de resolução de disputas. E é um padrão extremamente necessário para que o bitcoin ganhe popularidade.
Outras características incluem um sistema de contatos e há uma sala de conversas pública no “lobby”. É uma ótima ferramenta atualmente, uma vez que as conversas vão desde bobagens e absurdos até a resposta a perguntas sobre o programa e ao envio de moedas de teste entre as pessoas, para que as pessoas saibam como a Dark Wallet funciona. Se você não conseguir nenhuma testcoin, várias “torneiras” estão disponíveis para enviar uma quantidade razoável de testcoins para a sua carteira. Esta é uma delas com a qual eu e outras pessoas tivemos sucesso.
Embora a versão alfa do programa tenha alguns problemas, seu design e suas ferramentas têm muito potencial para torná-la a carteira de bitcoin mais popular. Com isso, o bitcoin poderia passar a ser impossível de ser assimilado ao paradigma financeiro atual. Esse é provavelmente o maior potencial das criptomoedas. Esse conceito, junto com um possível Dark Market no futuro pode ser uma alternativa extremamente robusta ao sistema de mercado “branco” atual.
O Dark Market, atualmente, é apenas uma prova de conceito e não está em desenvolvimento ativo, já que o time UnSystem quer focar seus esforços na Dark Wallet. O Dark Market seria, simplesmente, uma plataforma de mercado com o mesmo foco na privacidade e na anonimidade que a Dark Wallet. Seria uma contraeconomia P2P difícil de se enfrentar – nas palavras de Cody Wilson, onde “ninguém teria que ser Dread Pirate Roberts”.
Inicialmente, pode parecer que a Dark Wallet e o conceito do Dark Market sejam mais adequados à venda de contrabando, mas não há motivos por que, enquanto plataforma, ele não possa se tornar um grande bazar – uma nova Amazon ou eBay, livre das restrições centralizadas, com o uso de criptografia e redes peer to peer para facilitar as transações e resolver disputas.
Um mercado cinzento e negro paralelo que seduz o mercado branco.
Atualmente, há uma guerra entre aqueles que veem as criptomoedas como fundamentos sólidos para uma contraeconomia, aqueles que desejam esterilizá-la e recolocá-la dentro do mercado formal do estado e aqueles que simplesmente desejam destruí-la. Isso é imprescindível para algumas pessoas porque somente o mercado branco pode ser efetivamente controlado pelo estado, só no mercado branco é possível extrair impostos sobre a movimentação de bens e serviços e é só nele que é possível impor regulamentações. A Dark Wallet é uma defesa contra tudo isso, não importa se sejamos atores conscientes da contraeconomia ou não. Enquanto anarquistas, não é apenas ético, mas é também parte de nosso objetivo participar da contraeconomia e ajudar a expandi-la – executar trocas voluntárias sem alimentar o estado. A guerra entre esses mercados é antiga e a Dark Wallet é uma das novas armas para as próximas batalhas.