Quem são Vocês?
O Movimento da Esquerda Libertária1 é uma parte organizada do movimento libertário para aqueles de convicções radicais. A maior parte dos grupos libertários dedica-se à educação; o MEL é dedicado à ação. Portanto, nós diferimos de outros grupos libertários por nos organizarmos numa base estratégica de células, táticos e estrategistas, e não em bases educacionais ou "comerciais". O MEL — ao contrário de outras organizações políticas "Libertárias" — não faz concessões em relação a fins ou meios.
O que é "Libertário"?
Uma grande literatura sobre o assunto já existe, e ficaremos felizes em responder quaisquer questões que você tenha a respeito deste grande, complexo e completo entendimento das relações humanas chamado "libertarismo".
Complicado como possa parecer à primeira vista, o libertarismo é baseado numa simples premissa inicial: um comprometimento total à liberdade individual! Para uma maior precisão lógica, isto normalmente é chamado de "princípio da não-agressão":
Ninguém tem o direito de iniciar violência ou coerção (a ameaça de violência) contra a vida ou a propriedade de outra pessoa.A complexidade do libertarismo advém da aplicabilidade desse princípio a quase todas as facetas da ação humana; a efetividade do libertarismo advém dessa regra única, primordial e facilmente inteligível; e a beleza ética do libertarismo está naquilo sobre o que ele nada diz: a conduta pessoal de sua própria vida e a disposição de sua propriedade.
Por Que Vocês são "Libertários de Esquerda"?
MEL é de Esquerda tanto por dentro quanto por fora. "Esquerda", desde os primeiros tempos da política, sempre significou "anti-establishment". Libertários consistentes desejam abolir o Estado e sua classe parasitária de burocratas, políticos, empresários subsidiados, líderes trabalhistas privilegiados e assassinos em massa militares. Isso nos coloca, na maioria dos léxicos políticos, na Esquerda; sendo anarquista, isso nos coloca na Extrema Esquerda.
Contudo, nós somos a Esquerda Libertária, não a Esquerda "socialista". O socialismo, apesar do número de seus adeptos atualmente, nunca teve o monopólio do termo Esquerda, e foi freqüentemente apenas uma parte menor do movimento de resistência anti-establishment. Hoje em dia, a social democracia e o comunismo são o establishment da maioria dos estados do mundo. O MEL se opõe a todos os estados, mesmo aqueles cujos líderes se chamam de Esquerdistas (em auto-contradição). Aqueles que desejam viver comunalmente ou em associação com trabalhadores (ou com quem quer que seja) são livres para fazer isso numa sociedade libertária. O MEL se posiciona economicamente por um Livre Mercado tão livre a ponto de fazer com que ultra-conservadores pareçam socialistas ou fascistas.
Lutando por uma Esquerda Libertária externamente, nós lutamos por uma radicalização do movimento libertário internamente. Nós somos inflexíveis agoristas — aqueles que se utilizam somente do comércio pacífico e de interações voluntárias para alcançar seus objetivos. Muito do presente movimento libertário está assolado de corrupção, concessões, conservadorismo, cooptação e covardia. O MEL expõe sem piedade as propostas fraudulentas de eleição de políticos para abolir a política, de apontamento de burocratas para abolir a burocracia e de governança para acabar com o governo. Nós combatemos ferrenhamente aqueles que tentam monopolizar um livre mercado, criar um Establishment numa anarquia e debilitar nossas ações com pseudo-ações políticas.
Em suma, nós trabalhamos para criar uma Esquerda de influência libertária e uma ala esquerda no Libertarismo; assim, nós somos o Movimento da Esquerda Libertária.
Quais são seus Objetivos?
No curto prazo, o MEL está trabalhando em objetivos específicos em conjunto com outros grupos Esquerdistas e Libertários. Você pode trabalhar com seus próprios projetos e transmitir a palavra para outros ativistas do MEL. Você pode trabalhar em conjunto com outros ativistas do MEL numa unidade tática (célula) e ter um ou mais táticos para coordenação. As células podem se aliar para coordenação regional com um estrategista regional. A estratégia continental está mapeada no Manifesto do Novo Libertário, de Samuel Edward Konkin III.
Não há linha partidária; discordância é sempre "permitida"; qualquer um pode rejeitar qualquer projeto sugerido ou sugerir o próximo. Estrategistas e táticos vendem seus serviços e só são tão bons quanto sua última venda. Não há líderes. A liberdade de ação se segue à liberdade na teoria.
No médio prazo, o MEL está construindo uma Aliança de Novos Libertários (Plano Agorista Revolucionário) de defensores da contra-economia (o livre mercado subterrâneo, às vezes chamado de mercados "negro" ou "cinza"). O Estado "desaparece" à medida em que mais indivíduos secedem da sociedade estatista e se juntam à contra-economia. O MEL é a interface entre organizações proto-agoristas existentes e o Plano Agorista Revolucionário. O médio prazo é menos de vinte anos.
No longo prazo, a contra-economia vai esmagar o Capitalismo e o Socialismo de Estado para produzir uma sociedade baseada na interação voluntária, com um nível mínimo de autodefesa que possa ser provida por instituições normais de mercado. Essa sociedade de livre comércio de bens e valores é a ágora.
A morte da política elimina o monopólio da coerção legitimada (o Estado); uma sociedade sem estado é uma anarquia.
Nossos objetivos político-econômicos de longo prazo estão resumidos no nosso slogan:
Nós trabalhamos com todos que lutam contra o Estado e sua classe privilegiada enquanto maximizamos nossa liberdade individual. Não é assim que uma Resistência deve ser? Junte-se a nós!
Leituras Recomendadas
Para teoria
Power and Market
por Murray N. Rothbard
Para estratégia
O Manifesto do Novo Libertário
por Samuel Edward Konkin III
Para um mapa do caminho
Alongside Night
Notas:
1 "Movement of the Libertarian Left", no original. Todas as informações do texto se referem a ao MLL americano, pois não há, ao menos ainda não, um "MEL" no Brasil — isto é, não que eu saiba. [N.T.]
um romance de J. Neil Schulman
Samuel Edward Konkin III (1947-2004) foi o criador do agorismo, uma variante do anarquismo de mercado, defendeu o revisionismo histórico e era explicitamente contra o voto. Editou a revista New Libertarian de 1978 a 1990.